Nokia se posiciona como mais segura que a rival Huawei

A Nokia Corp. permaneceu em silêncio enquanto sua maior concorrente, a Huawei Technologies Co., se defendia de uma campanha liderada pelos Estados Unidos para colocar a fabricante chinesa de celulares em uma lista negra, sob a alegação de receios com a segurança nacional. Agora, a Nokia também partiu para o ataque.
Na conferência da indústria de telecomunicações em Barcelona, onde autoridades dos Estados Unidos planejam instar governos e operadoras de telefonia móvel a evitar a Huawei, o presidente-executivo da Nokia, Rajeev
Suri, enfatizou o foco da empresa finlandesa na segurança como um argumento de venda.
Suri também parece apoiar os receios de que o governo chinês possa ordenar que a Huawei espione ou conduza ataques cibernéticos. “Pessoas de todos os lugares estão fazendo perguntas legítimas sobre a melhor forma de proteger redes críticas, sobre quais fornecedores são apropriados e quais não são”, disse ele, sem nomear especificamente a China ou a Huawei durante entrevista coletiva.
O chefe da Nokia afirmou ainda que a indústria dependerá de redes sem fio internas de alta velocidade, fabricadas pela Nokia e pela Huawei, para conectar componentes de fábrica em um futuro próximo. Sem segurança, disse ele, “os segredos comerciais essenciais serão comprometidos nessas redes, como inovações em aviões, fórmulas farmacêuticas, esquemas de carros elétricos, coisas que valem não apenas milhões, mas bilhões”.
Um porta-voz da Huawei disse que “a segurança deve ser uma área onde nenhum fornecedor falhe” e que a empresa tem se concentrado em segurança por mais de uma década. Os executivos da Huawei há muito tempo dizem que ela é uma empresa de propriedade de próprios funcionários, que opera independentemente de Pequim, e nunca promoveria espionagem ou sabotagem patrocinadas pelo Estado, porque isso arruinaria seus negócios.
Suri também abordou os temores de que os produtos da Nokia fossem mais caros e menos sofisticados do que os da Huawei. O executivo disse que os acordos recentes da Nokia provam que a empresa fabrica hardware competitivo. E que acha que a empresa finlandesa também oferece preços competitivos. Mas ponderou: “Sejamos claros: mais barato nem sempre quer dizer melhor”, disse. “Quando se trata de segurança de rede, o melhor realmente importa.”
A Huawei lidera o mercado de equipamentos de telecomunicações, que inclui torres de telefonia e roteadores de internet que os provedores a cabo e sem fio necessitam, com 28% de participação até o terceiro trimestre, segundo a empresa de pesquisas Dell’Oro Group. A Nokia ficou em segundo lugar, com 17%, enquanto a sueca Ericsson AB veio em seguida com 13,4%.

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