Mudança de hábito? No mundo, McDonald’s perde consumidores

O Financial Times foi impiedoso na conclusão. A tendência de queda nas vendas do McDonald’s continuou em novembro, mês em que a maior rede de lanchonetes do mundo registrou declínio de 4,6% nas vendas de lojas com mais de 12 meses nos Estados Unidos. Analistas previam queda de 1,9% nos EUA. As vendas caíram no mundo todo.
A empresa atribuiu o recuo à “forte atividade competitiva” nos EUA, seu maior mercado, onde sofre com a mudança das preferências dos consumidores e da recuperação econômica desequilibrada, menor em boa parte de sua principal base de consumidores, os de baixa renda, como mostrou material do Financial Times, assinada por Mark Odell, publciada no Valor de 9/12, pg B6.
As vendas totais recuaram 2,2%. A expectativa era de declínio mundial de 1,7%. “Os clientes de hoje cada vez mais exigem poder de escolha, conveniência e valor em sua experiência de jantar fora”, disse o executivo-chefe do McDonald’s, Don Thompson.
Um número crescente de clientes vem trocando McDonald’s pelo que ficou conhecido como comida “casual rápida”, de redes como a Chipotle e de lanchonetes de sanduíches especiais. Os hábitos de alimentação também vêm mudando em meio à crescente preocupação com o impacto da comida de lanchonete na saúde. Nos últimos 12 meses, as vendas de lojas comparáveis nos EUA caíram em quase todos os meses.
Em outubro, após um balanço financeiro do terceiro trimestre pior que o esperado, o executivo lançou uma reformulação por toda a organização, que ele apelidou de “ações decisivas para mudar fundamentalmente” as operações.
Os planos incluíram o corte de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões em gastos e a abertura de menos lanchonetes neste ano. Thompson também planeja promover mudanças no cardápio, nas lojas, no serviço ao consumidor e na tecnologia.
A empresa vem combatendo as percepções negativas sobre seus ingredientes com uma campanha publicitária que dá aos clientes a chance de perguntar de que é feita a comida do McDonald’s.
Mas não são apenas os clientes nos EUA vêm buscando outros lugares quando querem lanches rápidos. As vendas de novembro caíram 2% na Europa e 4% na Ásia-Pacífico e Oriente Médio. As vendas na Ásia sofreram grande impacto, atingidas por um escândalo alimentício neste ano na China. Na Rússia, as autoridades anunciaram uma campanha de investigações contra quase metade das lanchonetes no país, em outubro.

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