‘Inverter’ negócios é desafio da internet das coisas

A frase de Sanjay Sarma, do MIT é forte: “Proporcionar experiências, em vez de produtos”. Pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o prestigiado MIT, Sanjay Sarma exerceu um papel relevante no desenvolvimento do RFID, o sistema de identificação por radiofrequência. Atualmente, ele trabalha com novas categorias de sensores capazes de interligar máquinas entre si, na chamada internet das coisas, cuja aplicação inclui desde setores como construção e agricultura até veículos.
Apaixonado declarado pelo Brasil – “amo o potencial do país e sua cultura e sociedade multifacetadas”, afirma -, Sarma apresentou o seminário “Aplicação da internet das coisas nos serviços, agronegócio, saúde e indústria”, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), como mostrou artigo de João Luiz Rosas publicado no Valor de 6/11.
A disseminação da internet das coisas ou IoT vai gerar economias, diz Sarma, de 49 anos. “Somos uma sociedade esbanjadora. Luzes ficam ligadas quando não precisam estar e sistemas de água apresentam vazamentos, sem ninguém nem saber. A IoT vai ajudar a consertar tudo isso.”
Esse novo mundo, porém, também vai trazer desafios gigantescos para as empresas ao estabelecer processos e sistemas inconcebíveis anteriormente. As companhias terão de passar da produção de bens para o que Sarma chama de “negócios invertidos”, cujo foco é proporcionar experiências em vez de vender produtos, a partir do uso da internet das coisas. O assunto é o tema de mais novo livro do professor indiano – “The Inversion Factor” [O fator de inversão”, em tradução livre”].
Um exemplo prático de como a internet das coisas pode mudar o dia a dia das pessoas é um aplicativo concebido por um grupo liderado pelo cientista Joshua Siegel e do qual Sarma faz parte. O software vai fornecer um diagnóstico do carro, avisando quando os pneus ou o filtro de ar precisam ser trocados, por exemplo. A previsão é que o sistema proporcione uma economia de US$ 125 por ano ao proprietário do veículo. “Ainda não sabemos quando o aplicativo estará disponível comercialmente, mas não estamos longe disso”, diz Sarma, que também é vice-presidente de aprendizagem aberta do MIT.

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