Grécia ameaça dar calote na dívida com FMI

O quadro ficou mais complicado. O governo grego voltou a ameaçar com a possibilidade de um calote ao FMI, dizendo que, sem um acordo de resgaste, não consegue manter em dia suas contas com o funcionalismo e aposentados e, ao mesmo tempo, pagar o € 1,6 bilhão ao Fundo que vence no mês que vem.

“O dinheiro não está lá [nos cofres do governo grego]”, disse o ministro do Interior, Nikos Voutsis. Segundo ele, os credores gregos (FMI e União Europeia) estão pressionando o governo a fazer concessões inaceitáveis nas negociações de um pacote de resgate para liberar a ajuda de € 7,2 bilhões, congelada desde 2014, como mostrou matéria do Financial Times, publicada no Folha de São Paulo de 25/05, pg pg A8.

No início do mês, o premiê grego, Alexis Tsipras, fez ameaça semelhante em carta enviada à diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

Na ocasião, ele disse que o governo não faria o pagamento ao Fundo de € 750 milhões que venceriam neste mês. No entanto, a Grécia acabou pagando o FMI, usando dinheiro que o país tem em uma conta emergencial no próprio organismo internacional.

Como não é a primeira vez que Atenas faz esse tipo de ameaça, muitas autoridades europeias deixaram de dar crédito, considerando-as uma tática de negociação.

Mas uma autoridade grega, que conhece a situação financeira do governo e pediu para não ter seu nome revelado, afirma que o governo não tem condições de fazer os pagamentos ao FMI de junho –serão quatro parcelas de mais de € 300 milhões.

A Grécia descartou restringir o acesso às contas bancárias e ao fluxo livre de capitais se não houver progressos em breve nas tortuosas negociações com os credores europeus e diante do fato de o país estar ficando sem dinheiro, como noticiou a Associated Press.

O porta-voz do governo grego, Gabriel Sakellaridis, disse que a possibilidade de controle de capitais “simplesmente não existe”. A observação foi feita depois de um legislador conservador da oposição dizer que o controle de capitais poderia ser imposto no próximo fim
de semana prolongado – o 1o de junho é feriado de Pentecostes da Igreja Ortodoxa – ou logo depois se o governo não honrar um pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Grécia sobrevivou nos últimos cinco anos com empréstimos do Fundo e de seus parceiros europeus, mas esses empréstimos foram concelados e dependem das negociações sobre novas reformas econômicas no país.

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