Facebook: pequenas empresas perdem posts gratuitos

A publicidade dos pequenos negócios ficará mais complicada. A partir de meados de janeiro, o Facebook vai intensificar os filtros de todo o material promocional não pago nos feeds de notícias dos usuários que são postados como atualização de status.
As empresas que publicarem na rede mensagens publicitárias gratuitas ou reusarem conteúdo de anúncios existentes irão sofrer “uma redução significativa em distribuição”, alertou o Facebook em um post que informou a mudança no início deste mês, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, publicada pelo Valor de 3/12, pg B11.
Mais de 80% de pequenas empresas nos Estados Unidos que usam as redes sociais para promover seus negócios listam o Facebook como sua principal ferramenta de marketing, seguido pelo LinkedIn e Twitter, segundo uma pesquisa recente com 2.292 pequenas empresas feita pela Webs, divisão de serviços digitais da Vistaprint. As três principais razões que os proprietários citam para criar uma página no Facebook são aquisição de clientes, construção de uma rede de seguidores e aumento da notoriedade da marca, segundo a pesquisa.
Dan Levy, diretor de pequenas empresas do Facebook, diz que as opções de publicidade paga do Facebook são hoje mais eficazes e que as empresas deveriam ver o Facebook como uma ferramenta “para ajudá-las a expandir seus negócios, não como uma solução social de nicho para ter mais alcance ou conseguir que um post se espalhe de forma viral”.
Ele diz que sente “muita empatia” pelos proprietários de empresas que “estão sentindo esta evolução” na redução do que ele define como alcance orgânico. Mas, diz o executivo, o alcance orgânico é apenas uma das várias razões pelas quais as empresas se beneficiam ao ter presença no Facebook. Em outubro, foram registradas mais de um bilhão de visitas diretas a páginas do Facebook. “Não queremos que eles gastem um dólar conosco a não ser que [o Facebook] esteja fazendo algo espetacular para ajudá-los a expandir seu negócio.”
Uma das formas de publicidade que o Facebook oferece é a “publicação impulsionada”, que permite que empresas paguem de R$ 1 até vários milhares de reais para que seus posts sejam vistos por um grupo mais amplo de usuários.
As mudanças deverão ser adotadas também no Brasil no decorrer de 2015, segundo a assessoria de imprensa do Facebook no país. Mas, as regras primeiro entrarão em vigor em mercados como Austrália, Canadá, França, Alemanha e Reino Unido.
Segundo a assessoria do Facebook, cerca de 2,1 milhões de pequenas e médias empresas brasileiras têm páginas corporativas na rede social. É mais de 30% do total de 6 milhões de companhias desse porte que, segundo a Sebrae, existem no país. Cerca de 80% dos 91 milhões de usuários brasileiros do Facebook acessam e curtem pelo menos uma dessas 2,1 milhões de empresas na rede.
A filtragem da publicidade não paga não será total e seguirá critérios identificados em pesquisas feitas com usuários. Segundo a assessoria de imprensa do Facebook no Brasil, as postagens que devem ser filtradas serão aquelas que pressionam usuários a comprar algum produto ou instalar um aplicativo; aquelas que pressionam as pessoas a participar de uma promoção e aquelas que reusam o conteúdo exato de uma publicidade paga existente.

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