EUA fecham fábricas de papel para imprimir. Culpa do arquivo eletrônico?

Agora é fato: A International Paper, que responde por 25% da produção de papel para impressão nos EUA avisou que fechará sua maior fábrica no Alabama e deve transferir 1.100 empregados para outras atividades. Motivo: queda na demanda por papel, principalmente pelo armazenamento de dados em arquivos eletrônicos. Na decisão contou também o crescente pagamento de contas online.

O fim da fábrica de Courtland reduzirá a produção da empresa em um terço, cerca de 950 mil toneladas por ano. O grosso dessa produção estava destinado ao papel não revestido , usado em copiadoras. O restante da produção é de papel mais brilhante, usado em revistas e catálogos.

Os empregados foram surpreendidos pelo anúncio do fechamento, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, que o Valor Econômico traduziu na edição de 15 de setembro, na pg B6. A fábrica de Courtland tinha 42 anos e fecha definitivamente até março do ano que vem. A International Paper produz um quarto do papel usado nos EUA, atrás apenas da Domtar Corporaiton, que produz um terço. Todos os fabricantes de papel nos EUA anunciaram redução de produção neste ano. Na verdade, em 2010 , a International Paper já tinha fechado uma fábrica na cidade de Franklin, na Virgínia.

O problema é a queda na demanda, mais acelerada nos últimos dois anos. Depois de um recuo de 5% em 2012 no consumo de papel branco nos EUA, apenas no primeiro semestre deste ano, este consumo já caiu mais 3%.

É curioso, mas enquanto isso a demanda por papel branco cresce no Brasil, China, Rússia e em outros países emergentes, exatamente os locais em que a International Paper vem aumentando sua capacidade de produção. Nas três fábricas brasileiras da companhia, a produção no ano passado já atingiu um milhão de toneladas. Metade deste volume é exportado para vários países da América Latina.

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