EUA consideram retirar tarifas sobre produtos chineses

De acordo com cinco fontes, a Casa Branca considera reverter impostos sobre US$ 112 bilhões em importações chinesas, incluindo roupas, eletrodomésticos e monitores de tela plana
Autoridades do governo de Donald Trump estão debatendo se devem remover algumas tarifas existentes sobre produtos chineses como uma concessão para selar um acordo parcial que interromperia a guerra comercial com Pequim no início deste mês.
De acordo com cinco fontes consultadas, a Casa Branca está considerando a possibilidade de reverter impostos sobre US$ 112 bilhões em importações chinesas – incluindo roupas, eletrodomésticos e monitores de tela plana – que foram taxadas em 15% em 1o de setembro.
A iniciativa dos EUA atenderia a uma demanda central de Pequim, já que os negociadores das duas maiores economias do mundo elaboram os termos de um cessar-fogo para ser assinado nas próximas semanas pelo presidente americano, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping.
Mas Washington provavelmente esperaria algo em troca, incluindo disposições reforçadas sobre proteção de propriedade intelectual para empresas americanas, maior certeza na escala das compras chinesas de produtos agrícolas dos EUA e uma cerimônia de assinatura do acordo em solo americano.
Washington já suspendeu um aumento planejado nas tarifas de US$ 250 bilhões em mercadorias, de 25% para 30%, que entraria em vigor em 15 de outubro, após uma visita dos principais negociadores chineses à capital americana no início de outubro.
As autoridades americanas também sugeriram que Pequim poderia evitar a imposição planejada de tarifas sobre US$ 156 bilhões em bens de consumo, em grande parte devido ao impacto que isso traria no auge da temporada de férias, em 15 de dezembro, caso um acordo seja selado com Washington.
Autoridades em Pequim têm exigido que Washington dê um passo adiante e reduza algumas sobretaxas impostas sobre produtos chineses pela primeira vez desde o início da guerra comercial entre os dois países, no início de 2018, à medida que o acordo limitado se aproxima. Autoridades do governo americano vinham resistindo até então.
Uma fonte familiarizada com o assunto alertou que, embora tenha havido consenso crescente dentro do governo Trump de que eles precisam fazer uma concessão sobre as tarifas existentes, não estava claro se o próprio presidente dos EUA assinaria – o que faria a reversão não se concretizar.
Os planos de Trump e Xi para assinar o que o presidente dos EUA chamou de “primeira fase” do acordo na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) no Chile, em 17 de novembro, foram suspensos dado o cancelamento do evento por conta dos protestos no país. Desde então, as autoridades têm se esforçado para encontrar locais alternativos, como o Brasil e os EUA, considerados as opções mais prováveis até agora.
A Casa Branca se recusou a comentar. O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) e o Departamento do Tesouro americano também se recusaram a comentar.

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2019/11/05/eua-consideram-retirar-tarifas-sobre-produtos-chineses.ghtml

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