EUA compram menos da China e déficit comercial cai em janeiro

O déficit comercial dos EUA recuou em janeiro, depois de atingir o patamar mais alto em uma década, graças à queda das importações da China, o que sugere que as empresas americanas anteciparam os embarques no mês anterior para compensar um esperado aumento das tarifas.
O déficit da balança de bens e serviços diminuiu para US$ 51,1 bilhões, segundo informou ontem o Departamento do Comércio, tendo sido menor que o esperado pelos economistas em geral. As importações caíram 2,6%, enquanto as exportações aumentaram 0,9%. O déficit comercial com a China – a causa da guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump – encolheu para US$ 33,2 bilhões, como resultado da queda de 12,3% das importações do país.
As tarifas sobre os produtos chineses deveriam subir em 1o de janeiro, mas Trump suspendeu esse aumento enquanto tenta firmar um acordo comercial com a China. Trump poderá ter dificuldades para alcançar sua meta de um déficit menor e sustentável, por causa da desaceleração do crescimento da economia mundial e do dólar forte, que afeta as exportações e favorece as importações.
Autoridades americanas e chinesas retomam hoje e amanhã, em Pequim, as negociações sobre um acordo comercial, com sinais de que os dois lados querem evitar uma escalada da guerra de tarifas que já dura oito meses. A delegação americana é comandada pelo representante comercial, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
O resultado de janeiro ocorre na sequência de um déficit de US$ 59,9 bilhões em dezembro, o maior em dez anos. O déficit comercial aumentou no ano passado para US$ 621 bilhões, também o ponto mais alto em dez anos, na medida em que o corte de impostos estimulou a demanda doméstica por importações e o dólar forte pesou sobre as exportações.
Os números de ontem mostraram que o déficit em bens caiu para US$ 73,3 bilhões, enquanto o superávit em serviços aumentou para US$ 22,1 bilhões. O relatório foi divulgado com um atraso de três semanas por causa da paralisação parcial do governo em janeiro.
As exportações dos EUA cresceram para US$ 207,3 bilhões, com ganhos em automóveis, caminhões, joias e bens de consumo. As vendas de aviões caíram. As importações recuaram ao menor patamar em sete meses, para US$ 258,5 bilhões, refletindo a queda na compra de acessórios de informática, semicondutores e petróleo.
As exportações de soja mais que quadruplicaram para US$ 1,2 bilhão, o que pode ter sido reflexo do aumento das compras pela China, depois que o país prometeu aumentar as compras dessa cultura. Ao mesmo tempo, as exportações para a China caíram para US$ 7,1 bilhões, o menor número desde 2010, numa base não ajustada.

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