Em Berlim, Obama enfrenta manifestações cobrando o que prometeu

A visita do presidente Obama a Berlim, no final da semana passada, foi marcada pelo que a imprensa internacional chamou de “perda de entusiasmo”. Enquanto o carismático Obama discursava para convidados diante do Portão de Brandenburgo ocorreu uma manifestação pacífica de berlinenses com cartazes não amistosos com frases do tipo: “Obama você teve a chance de grandeza. Fracasso épico”, ou “Esse tipo de política eu esperava de Bush, mas não de Obama”.
Ao contrário de 2008 , quando foi recebido em Berlim como uma celebridade midiática, a recepção foi muito mais comedida. A começar pelo público: há cinco anos, 200 mil pessoas, forma ouvir Obama no Tiergarten no centro da cidade. Desta vez, só 4 mil convidados forma assistir ao discurso de perto.
A complicada situação internacional em que se encontra o presidente americano, como mostrou matéria do Estadão de 23 de junho, pg A 28, principalmente com o escândalo do programa de espionagem em telefones e na internet, repercutiu muito na recepção que Berlim ofereceu. Aliás, os berlinenses repetiam aos repórteres internacionais presentes que a aprovação de Obama nos EUA atingiu o seu pontos mais baixo em 18 meses, chegando a 45%, segundo pesquisa da CNN, divulgada dois dias antes da chegada à Alemanha do presidente.
A imprensa alemã parece ter perdido o encanto com o líder americano. Na época da visita de 2008, a revista Der Spiegel, o principal semanário alemão, publicou a foto de Obama na capa com a chamada: “O presidente do mundo”. Cinco anos depois, a revista circulou com outro “espírito” na capa: “O amigo perdido”, com uma imagem que juntou Obama ao presidente John F. Kennedy, que fez há 50 anos seu famoso discurso “Ich Bin eun Berliner”, algo como “Eu sou um berlinense”.
A Obamania, na visão da mídia, acabou para o público internacional pelo não cumprimento do que Obama prometeu, como o fechamento da prisão de Guantánamo. Todos os analistas consultados pela imprensa repetiam esta mesma análise.

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