Comércio mundial começou a destravar na reunião da OMC. Apenas começou…

A maior vitória foi do equilíbrio entre países ricos e pobres. Após vinte anos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) chegou a um acordo com concordância dos 159 países integrantes do organismo internacional. Esse entendimento abrirá caminho para a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial, principalmente desbloqueando processos aduaneiros. E, criará 21 milhões de novos postos de trabalho.

O acordo alcançado salva a própria OMC e evita que os países mais ricos participem apenas de acordos regionais ou bilaterais. Se as maiores economias fechassem acordos entre elas, as regras do comércio mundial seriam reformuladas sem a participação, ou qualquer influência, dos países emergentes.

Nessa reunião da OMC na cidade de Bali, na Indonésia , o maior obstáculo para o acordo foi a posição da Índia. Como mostrou matéria do estado, de 8/12, pg B1, assinada por Jamil Chade, o governo de Nova Delhi se recusava a abrir mão dos subsídios que dá aos pequenos agricultores, insistindo que a medida teria impacto social muito forte no país. A solução do impasse foi encontrada com o adiamento dessa proibição de subsídios até 2015. Porém, os indianos se comprometem não aplicar subsídios a novos programas obedecendo as decisões contrárias a subsídios da OMC.

É preciso, porém, cautela nas comemorações desse acordo. O diretor geral da OMC, o embaixador brasileiro Roberto Azevêdo alertou que o pacote de acordo “não é o fim, é o começo”. Azevêdo também admitiu que não há um tempo certo para um acordo definitivo sobre subsídios agrícolas na OMC. Ele apenas alertou: “não será rápido”. O Representante de Comércio dos EUA, Michael Froman explicou melhor o que Azevêdo queria dizer: “chegou o momento de fazer perguntas difíceis e determinar os próximos passos”.

Para o Brasil, no entanto, o acordo alcançado já é promissor. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o acerto alcançado forçará os países a desburocratizarem o desembaraço das mercadorias negociadas. Os empresários, avisou a CNI, terão mais acesso a informações sobre procedimentos de trânsito e valor de taxas. Muitas dessas medidas burocráticas eram formas disfarçadas de impor restrições às importações.

 

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