Até economia alemã dá sinais de recessão

A locomotiva europeia deu uma parada. A vigorosa atividade econômica da Alemanha, que serviu de âncora para o restante da zona do euro durante quatro anos de crise e crescimento irregular apresentou sinais de estagnação. Um dos principais indicadores da confiança das empresas alemãs caiu ontem mais que o esperado, para seu patamar mais baixo desde 2012, intensificando os temores de que a mais forte economia da zona do euro esteja ameaçada de entrar em recessão.

Uma estagnação do crescimento alemão faz prever problemas para países como França e Itália, que dependem fortemente do comércio com a Alemanha, e se encontram em condições econômicas muito piores, como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Jack Ewing, publicada no Estadão de 25/09, pg B11.

A economia alemã já registrou um declínio no segundo trimestre, quando a produção caiu 0,2% em comparação com o trimestre anterior. Outro declínio trimestral consecutivo colocará o país em recessão.

A pesquisa do Instituto Ifo de Munique mostrou que seu índice do clima para os negócios, um composto de expectativas dos gerentes em relação ao futuro e sua avaliação da situação atual, caiu de 106,3 em agosto, o patamar mais baixo desde abril de 2012, para 104,7 em setembro.

Na pesquisa, as expectativas para as empresas nos próximos seis meses chegaram ao seu nível mais baixo desde dezembro de 2012, caindo de 101,7 em agosto para 99,3. A pesquisa, que ouviu 7 mil gerentes, mede o clima em relação a 2005, quando o Índice foi fixado em 100.

A pesquisa do Ifo representa o mais recente alerta sobre o enfraquecimento da produção econômica na zona do euro, que ainda não voltou a registrar os níveis apresentados antes do início da crise financeira de 2008. Na terça-feira, uma pesquisa entre os diretores de compras da zona do euro realizada pela Markit Economics, uma empresa de análise de dados, também assinalou a redução do crescimento.

A economia alemã foi afetada pela tempestade na Ucrânia, que desestabilizou os consumidores e as empresas e fez com que passassem a conter seus gastos. As sanções que o Ocidente impôs à Rússia por sua intervenção na Ucrânia, além de intensificarem os problemas e reduziram a demanda no bloco. As exportações alemãs foram afetadas pelo crescimento fraco do restante da zona do euro e, também, pelo declínio de países em desenvolvimento como a China.

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