No teste real de inglês, os brasileiros foram muito mal. Um repórter do estadão, Lourival Sant’Anna foi até a esquina da Avenida Paulista com a Haddock Lobo e perguntou a 110 pessoas “Do you speak English?”, disfarçado de turista. Recebeu só 22 respostas sim e destas apenas uma parte conseguiu explicar com fluência o caminho até o MASP, a quatro quarteirões dali. O reporte analisou que estava em uma das esquinas mais ricas do País.
O motivo do teste é que uma rede mundial de intercâmbio, Education First, que aplicou – entre 2009 e 2011 – exames de proficiência em inglês para 1,67 milhão de adultos em 54 países onde o inglês não é nativo. O Brasil ficou na 46º posição, depois de Argentina, Uruguai, Peru, Venezuela, para citar os vizinhos, ou Irã, China ou Síria. A nota média obtida pelos brasileiros colocou o País como de “proficiência muito baixa”.
Na justificativa do estudo, que o relatório da pesquisa apresenta, aparecem os motivos escondidos na fluência em inglês. Quanto mais alta é aposição do páis neste ranking, maior a renda e o valor de suas exportações per capita. Como mostrou a matéria do estadão publicada em 18 de novembro na página A 18, há correlação na fluência em inglês e gastos com pesquisa e desenvolvimento, quantidade usuários na internet por 100 habitantes e, curiosamente, mais alto é o Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH.
Uma dessas correlações chamou mais atenção: o estudo mostrou que o domínio de inglês em relação à economia de um país tem a mesma função do que a boa infraestrutura para acelerar a atividade econômica.
Os cinco países que alcançaram as melhores notas no ranking foram: Suécia, Dinamarca, Holanda, Finlândia e Noruega. Curiosamente, também, Espanha, Portugal e Argentina estão á frente de Coréia e Japão. Argélia, Kwait e El Salvador também ganham do Brasil. Um detalhe importante anotado pelo repórter: na maioria dos países deste ranking não há tantas escolas de inglês como no Brasil. Quem fala o idioma apenas aprendeu no ensino regular.
