Faltou público no início da Olimpíada de Londres.

Alguma coisa aconteceu com o público desde a abertura das Olimpíadas de Londres. O primeiro alerta foi do atento Financial Times, talvez, o jornal de economia mais respeitado do mundo: “faltou público no início da Olimpíada”. A matéria assinada por Vanessa Kortekas e Roger Blitz, registrou que foi preciso mobilizar soldados para “conter a reação negativa” pela visão de ligares vazios nos locais de competição. O Valor Econômico de hoje traduziu a matéria na página A11.
Há um fato: 120 mil ingressos estão encalhados. Por essa razão, a presidência do Comitê Organizador pediu, desde ontem, que integrantes das Forças Armadas, que garantem a segurança do evento, preencham os lugares vazios. Com uma única ressalva: desde que estejam de folga.
É curioso esse problema porque as chamadas provas “públicas”, como o ciclismo pelas ruas de Londres, não enfrentou qualquer problema de rejeição do público. Muito ao contrário: surpreendentes 2 milhões de pessoas ocuparam as ruas de Londres por onde ocorriam essas provas.
O governo inglês culpou os patrocinadores de não usarem os ingressos dos quais têm direito. Os departamentos de marketing das empresas devolveram a acusação garantindo que a culpa não é deles, porque não foram eles que decidiram os locais dos ingressos promocionais.
Os lugares vazios deixam imagem ruim para Londres e para a organização da Olimpíada. Porém, quem mais lamenta são os atletas britânicos que gostariam de ter uma torcida “local” na disputa por medalhas. E sobrou a constatação de que algo não funcionou bem na organização dos jogos e que o público reagiu. Enfim, dos 6 milhões de ingressos disponíveis para os jogos, nada menos do que 2,2 milhões deles, como mostrou o Financial Times, foram reservados para a “família olímpica e seus patrocinadores”. Ao que parece, foram exatamente esses convidados que não apareceram.

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