Um show

Ian Perlungieri, aluno do 5° semestre do curso de Propaganda e Marketing ESPM / SP

Recentemente, assisti novamente ao filme O Show de Truman (The Truman Show), de Peter Weir. Ao contrário da maioria dos filmes, a surpresa, aqui, é sempre positiva.

O filme conta a história de Truman, que faz parte de um show de televisão sem ter consciência disso. A riqueza da história está nos diversos questionamentos e possíveis leituras, não carregando apenas uma óbvia crítica à mídia, como também à maneira como as pessoas lidam com ela (lembrando que Truman corria perigo e tentava escapar daquele mundo criado para ele enquanto os telespectadores apostavam se ele iria conseguir escapar, nunca desligando a televisão).

Truman está em um reality show e nós nos aproximamos cada vez mais de uma situação parecida. O novo iPhone 5S é capaz de rastrear os movimentos do usuário mesmo sem bateria. O novo Galaxy, além de dar sua posição GPS, é capaz de mapear o ambiente onde se está, sabendo se você está no banheiro, quarto ou cozinha de sua casa. Somos tão observados quanto Truman, mas a diferença é que nossos telespectadores são as empresas que, baseados em nosso comportamento, nos oferecem novos produtos ou serviços. Invasão de privacidade? Muitos acham que sim.

Outra crítica do filme é à sociedade que nos enclausura em uma rotina, assim como à religião, sendo a imponente voz de Christof um deus, o mundo criado uma letargia social e a porta para o desconhecido o fim da realidade imposta e um encarar a realidade, também podendo simbolizar a morte, já que é uma passagem para o desconhecido, o fim de uma realidade criada, o fim de um show. O nosso show.

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