Projeto – Eu e o Outro na Cidade

Sabrina Almeida – CISO 1º Semestre.

Ao abordar o tema Eu e o Outro em um cenário contemporâneo que contrasta diferentes aspectos sociais, políticos, econômicos e ideológicos, em que a liberdade de expressão, por sua vez, permite uma espécie de “libertação”, cada indivíduo vive neste espaço preso em suas amarras, que podem muitas vezes não serem enxergadas pelo próprio sujeito. Assim, entende-se uma falta de olhar para si, muitas vezes justificada pela correria da cidade que inibe o eu de olhar para outro sob diferentes óticas, e é regido muitas vezes por um regime moral do senso comum. Ao deparar-se com um “estranho”, ou considerado transgressor dessa linha moralista em que vive, existe uma resistência de aceitar o outro como um sujeito normal.
A experiência proposta de se desvincular das amarras visíveis e invisíveis “não cabe” ao sujeito, que pode entrar em colapso identitário – do eu em relação ao outro. De certo modo, é como se o eu fosse obrigado a viver envolto em diversas contradições de si mesmo, pela aceitação social, que implica em uma felicidade superficial sustentada pelo que o cerca.

NÃO ME CABE

Não me cabe as dores de tantos amores
Não me cabe o ódio de todo meu ócio 
Me cabe as cores do pôr- do-sol, pois são leves como a brisa
Não me cabe o choro, por isso sou lágrima
Não me cabe as misérias, por isso desatino
Me cabe as poesias do olhar das meninas, pois são inocentes mas se perdem de gente
Não me cabe o pouco, pois sou feita de muitos
E se me queres singular, sem gula não sei ficar
Mas se plural me aceitar
Eu fico.

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