Os ferozes asiáticos mostram suas garras

Ana Reis, Manoela Anastácio, Tchérena Monteiro, Simon Bolívar, Pedro Beltrão, Paulo Kirschner, alunos do curso de Jornalismo da ESPM/SP

A economia chinesa representou, em 2015, 15% da economia mundial. Seu PIB atingiu mais de 10 trilhões de dólares, fazendo com que o país se estabelecesse como a segunda maior economia do planeta (ultrapassado apenas pelos Estados Unidos). Apesar disso, a Ásia tem grandes potências que, por vezes, são subestimadas (algumas já estabelecidas há décadas, outras em formação).

O Japão, por exemplo, é a terceira economia global. O PIB deste, juntamente com o da China e Coreia do Sul somados, correspondem a um quinto do PIB mundial. Isso cria condições favoráveis para a criação de uma área de livre comércio entre os principais asiáticos – como já foi indicado desde 2011 pelo ex-primeiro ministro japonês, Yoshihiko Noda. Sob pressão interna e dos concorrentes estrangeiros, o setor por trás do milagre japonês pós-guerra está transferindo seu olhar para outros países, buscando parceiras e ações conjuntas.

Um projeto está sendo elaborado. Chamado de RCEP, a proposta incluiria os dez países da ASEAN (incluindo os “Novos Tigres”, como Vietnã e Tailândia), além de China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Em novembro do ano passado, eles se declararam um mercado único, após oitos anos de integração de suas economias, que juntas somam um PIB de mais de US$ 2,5 trilhões.

O RCEP vem como uma alternativa ao TPP. Chamado de Trans-Pacific Partneship, o acordo abarca até 40% do comércio mundial mas exclui a China em detrimento da participação estadunidense. Suas origens vêm do TPSEP (Acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico), assinado em 2005. Ao passar dos anos, mais países foram aderindo – hoje são 12. Em janeiro deste ano, seus signatários se reuniram em Auckland, em meio a protestos. Na ocasião, o presidente Barack Obama deu uma declaração polêmica: “o TPP permite que a América — e não países como a China — escreva as regras para a estrada do século 21”.

As medidas para refrescar a economia não se limitam apenas a acordos entre nações. No começo de 2016, o Banco Central do Japão surpreendeu os investidores com uma medida ousada: cortou a taxa de juros do território, que passou a ficar negativa. As preocupações da nação com a capacidade de vencer uma estagnação que já dura mais duas décadas é urgente. Ao adotar taxa de juros negativa, o Japão está tentando uma nova arma em sua guerra contra a deflação, que há quase 30 anos desestimula os consumidores a comprarem, já que eles esperam que os preços caiam. A deflação é considerada como a raiz de mal-estar econômico japonês, aumentando as preocupações com a capacidade da nação de vencer uma estagnação que já dura duas décadas.

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