Os efeitos do Brexit na geoeconomia internacional

Ana Fontes, Beatriz Zara, Gabriela Neumann, Giovanna Guapo, Mariana Iuata e Thamires Veiga

A saída do Reino Unido da União Europeia desencadeou diversas consequências que podem alterar o funcionamento do bloco econômico.

grafico_geoeconomia

O termo BREXIT deriva da mistura de “Britain” com “Exit” e significa a saída do Reino Unido da União Europeia. Membro do bloco desde 1973, o Reino Unido era o terceiro país que mais contribuia para a UE e o oitavo país no ranking de renda per capita.
Criada em 1952 como uma forma de fortalecer a paz na Europa após a Segunda Guerra Mundial, a União Europeia promove a livre circulação de pessoas, capital, mercadorias e serviços. Ela engloba, aproximadamente, 36 países europeus, desde grande potências econômicas até países em desenvolvimento.
Por meio de um plebiscito realizado no dia 23 de junho de 2016, entre os cidadãos dos quatro países que compõem o Reino Unido, Irlanda do Norte, País de Gales, Inglaterra e Escócia, votaram a favor da saída do Reino Unido do bloco econômico. Desde então, o país tem até 29 de março de 2019 para negociar o fim de seus termos com a União Europeia. Foi a primeira vez que alguém abandonou o bloco econômico desde sua criação, em 1993.
Essa decisão do Reino Unido assusta o restante dos países pertencentes ao bloco, uma vez que ele é uma das superpotências, tanto econômica quanto política, para o bloco. Além de possuir uma das moedas mais fortes do mundo, as atividades do setor primário (agricultura, pecuária, pesca) representam, hoje, cerca de 2% do PIB do país.
Com a saída, muitas leis europeias vigentes no Reino Unido perdem a validade. Ao lado da Alemanha e da França, O UK é um dos pilares da economia desse continente. Com o Brexit, essa responsabilidade recairá quase totalmente sobre os alemães.
Saída de empresas e bancos do país é um dos fatores mais preocupantes que o Reino Unido vai arcar com sua saída. Eles terão que renegociar acordos comerciais com os 36 países que somam o bloco da UE. Por outro lado, essa saída também aborda uma questão social fundamental para a Europa: a crise dos refugiados. O Reino Unido recebeu aproximadamente 10,5 mil imigrantes, representando uma pequena parcela da comunidade britânica.
A decisão de saída da UE ocasionou, também, um certo desconforto com a Escócia, que votou majoritariamente pela permanência no bloco. Isso fez com que os escoceses passassem a considerar um novo referendo de independência do Reino Unido, que já ocorreu anteriormente e teve votação apertada. Um empecilho dessa decisão é que, no atual cenário, o país enfrenta uma situação econômica precária e precisa do apoio do vizinho inglês.
Além do problema com os escoceses, a Irlanda do Norte, que também votou majoritariamente pela permanência, perderia sua fronteira terrestre com a União Européia, causando uma indefinição na posição da ilha.
O plebiscito ainda trouxe à tona um conflito de gerações. O comparecimento às urnas foi de 72% da população e desses, apenas 20% representava a população jovem. A falta de engajamento da nova geração em relação ao assunto fez com que eles mesmos fossem impactados com a saída da UE, afinal, essa decisão afetará o futuro e não a população atual.
Além disso, as redes sociais têm influência direta nessa falta de participação, já que as informações propagadas nelas fizeram com que os jovens achassem, erroneamente, que não precisavam se manifestar e irem votar.

Comentários estão desabilitados para essa publicação