Os dois lados da moeda

Gabrielle Molento, Julia Abud, Juliana Tourinho, Lara Lincoln e Luiza Paes, alunas do Curso de Jornalismo da ESPM/SP

Um por todos e todos por um. Essa deveria ser a lógica dos blocos econômicos que competem em âmbito internacional. A união de países em blocos faz com que, tanto os mais fortes quanto os mais fracos unam suas forças e recursos para se impulsionar no mercado externo e amedrontar as outras nações.

Foi assim com o euro, ou pelo menos deveria ser. Inicialmente, a criação desse bloco econômico atraiu investidores de todo o mundo para a Europa, já que potências como Alemanha e França se uniram à países menores, deixando de ser apenas países fortes para se tornar um bloco forte.

Entretanto, a quantidade de investidores encantou os países que não possuíam a força da Alemanha, por exemplo. A Grécia foi um deles e se envolveu com grandes bancos e gestores de fundos que prometeram a conversão da dívida em títulos negociáveis. De início, os empréstimos pareciam a solução de todos os problemas, mas essa atitude foi o que resultou na crise que atingiu a Europa.

A Grécia não sabia no que estava se metendo. Enquanto os governos centrais se preocupavam em limitar os orçamentos para atender ao Tratado de Maastrich, que impôs o euro como moeda europeia, os municípios se endividavam cada vez mais com os empréstimos e se afundavam nas dívidas. Isso só aconteceu devido a uma reputação herdada da Alemanha pelos países menores, além de possuírem a mesma moeda.

A crise poderia ter sido evitada. A Grécia deveria ter cortado gastos e ter sido menos ambiciosa, dessa forma não se envolveria em tal situação, uma dívida externa maior do que ela podia aguentar.

A princípio, o euro parecia uma boa ideia, porém acabou sendo prejudicial para os países menores que não conseguiram sustentar sua força. Por isso, é importante observar que essa moeda não traz só vantagens.

O euro tem como ponto positivo a aproximação política e econômica dos seus países membros, não existindo flutuação na taxa de câmbio além de ter seus agentes econômicos associados de forma mais estável. A moeda também assegura transparência de mercado e permite competir internacionalmente com o dólar e iene.

No entanto, adotando o euro como moeda comum, as empresas aumentam sua concorrência devido à essa integração de mercado e transparência dos preços, além do que, os Estados perdem sua soberania em taxas de câmbio e juros. Desta forma, a autonomia dos governos em relação às políticas de câmbio e monetárias ficam restritas e gerenciadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

A crise no mundo

A crise na Europa levou, no geral, a um protecionismo para que certos setores de sua economia não fossem tão prejudicados com a competição com outros mercados. Dessa forma, torna-se mais difícil para países como Brasil se inserirem no mercado europeu.

Nesse contexto, deve haver esforços para manter a presença nesse mercado de forma que as exportações dos países que possuem estreitas relações com a Europa não sejam tão afetadas. Porém, o comércio entre os países que fazem parte da União Europeia ainda será prejudicado por certo tempo.

Outro fator da crise na Europa são os europeus imigrando para países emergentes, entre eles o Brasil. Essa imigração pode gerar uma disputa por empregos acirrada, já que os europeus imigrantes possuem alta capacitação, sendo assim, algo a se preocupar.

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