Muito além das muralhas

Cláudia Costa, Guilherme Mello, Isabela Souza, Marcela Zanetti, Maria Eugênia Bertolaccini, Mariana Stocco – alunos do 3° semestre do curso de Jornalismo ESPM/SP

A China tem sido o grande exponencial da economia asiática desde sua reforma econômica em 1978 para a abertura do país ao comércio mundial. Atualmente, sendo o maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta, emergindo a grande potência da segunda maior economia do mundo.

Entretanto, esse grande potencial do país acaba por eclipsar outros países do continente, que da mesma forma apresentam grandes taxas de crescimento. A exemplo disso é o bloco dos Tigres Asiáticos, países e territórios do sudeste asiático, que apresentaram grandes taxas de crescimento e rápida industrialização durante as décadas de 1960 e 1990. Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan são sinônimos das arrojadas estratégias para atrair o capital estrangeiro, principalmente dos Estados Unidos e do Japão. Pela presença de mão-de-obra barata, a isenção de impostos e os baixos custos de instalação das empresas em seus territórios, o modelo econômico baseia-se nas exportações e nos investimentos do capital estrangeiro, sendo a fatia majoritária das exportações para a China e Japão.

No entanto, nem todos os países da Ásia estão apresentando mudanças positivas em relação ao cenário geoeconômico internacional. O Japão, por exemplo, visto por muitos como um exemplo na área de tecnologia, enfrenta, hoje, um grave problema em seu setor industrial.

A ascensão da China e da Coreia do Sul e algumas políticas fiscais adotadas, tornam cada vez mais irrelevante produzir dentro do Japão e as empresas começam a preferir se instalar em outros países. A situação gera medo, já que que o Japão esteja caminhando para uma irrelevância industrial, o que prejudicaria toda a sua estrutura econômica.

Talvez o problema mais importante, seja que a política japonesa está mais focada em manter o que restou da filosofia do “monozukuri”, ideia que significa literalmente fazer as coisas com as mãos. O governo é conservador na medida em que procura segurar medidas de inovação e criação tecnológica no Japão. Esse aspecto mistura-se com a característica recente do Japão: é um “país velho”, cujo o consumo interno é um problema. A população economicamente ativa está diminuindo, devido à alta taxa expectativa de vida. O consumo interno está também sofrendo escassez, já que os produtos japoneses são caros.

Recentemente, outras nações do sudeste asiático também adquiriram essas características econômicas criando assim os Tigres Asiáticos da Segunda Geração: Malásia, Filipinas, Tailândia e Indonésia. O caso da Indonésia merece destaque: em 2012, apresentou o crescimento de seu PIB em 6,23%, tendo uma o 16o maior PIB do mundo.

O pensamento limitado da maioria dos brasileiros em relação à Ásia deve mudar nos próximos anos. O crescimento asiático tem chamado a atenção de muitos países, principalmente dos Estados Unidos. Recentemente, o presidente norte-americano, Barack Obama, viajou para a Ásia com interesses econômicos – principalmente para tentar frear a expansão chinesa que domina as relações comerciais da região. O Brasil não deve ficar para trás.

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