Investimentos americanos em gás de xisto geram incertezas

Beatriz Direito, Gabriella Lemos, Julia Pino, Paola Bonoldi e Rafaela Ambrósio alunas do Curso de Jornalismo da ESPM/SP

O Oriente Médio possui a maior reserva de petróleo do planeta, porém o que aumenta a atenção por lá são os frequentes conflitos de caráter político, econômico e religioso. Os Estados Unidos foram por muito tempo os principais importadores do produto na região, mas a realidade vem mudando com a caminhada do país pela autossuficiência.

A Opep exportou 180,6 milhões de barris para os americanos em agosto de 2008. Em setembro de 2014, as vendas foram só de 87 milhões de barris. Atualmente, a organização produz aproximadamente 40% de todo petróleo extraído no mundo e 70% das exportações desse recurso em todo o globo

O que mais afeta essa relação com o Oriente Médio é a expansão dos investimentos em gás de xisto. A reserva do país é de aproximadamente 2,7 trilhões de metros cúbicos deste gás, quantidade suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.

A grande oferta reflete em uma produção muito mais barata que as concorrentes de outros países. Além disso, a tecnologia avançada permite que os Estados Unidos vendam esse gás a US$4 por milhão de BTUs. A Rússia vende seu gás natural a US$11,36 e aqui no Brasil, o preço chega a US$18.

O gás de xisto está entre os cinco setores capazes de mudar a economia americana. Até 2020, segundo o McKinsey Global Institute, o gás deve adicionar de 2% a 4% no PIB anual do pais e gerar cerca de 1,7 milhão de empregos diretos, para trabalhadores com nível superior.

Assim como os norte-americanos, os europeus também estão importando menos. A Rússia e outros países da antiga União Soviética exportam muito mais para o continente do que os árabes. Hoje, o Oriente Médio mantém importantes relações comerciais com países do extremo oriente. Entre 2007 e 2011 as importações chinesas triplicaram na região, chegando a 50% do total consumido pela China. Além disso, o Japão importa 87% da sua necessidade de petróleo do subcontinente.

Os EUA são conhecidos mundialmente por suas políticas intervencionistas, porém, conforme diminui o interesse americano sobre o Oriente Médio, o país tende a interferir cada vez menos nos conflitos que acontecem por lá.  Anos atrás, um impasse entre israelenses e palestinos era capa de jornais americanos e refletia diretamente na economia do país, mas hoje, não mais.

O que assombra o mundo são as consequências disso. China, Japão e União Europeia dependem e têm muito mais interesses na região do que os americanos. A China é conhecida por suas relações estritamente comerciais, que visam somente o lucro e não consideram os problemas internos dos países com quem negocia.

A dúvida que fica é se esses países seguirão a posição dos Estados Unidos e se vão intervir nos conflitos que ocorrem por lá em busca da paz. E como a economia mundial reagirá com uma potência autossuficiente e com grande poder de exportação.

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