Grécia: uma bomba monetária

Anita Efraim, Carla Fernandez, Fernanda Botteghin, Gabriella Gouveia, Giovanna Vieira e Marina Ayub – alunas do 3° semestre do curso de Jornalismo ESPM / SP

Formada em 1992, a União Europeia tinha o intuito de unir os países europeus em um único bloco, para facilitar as relações comerciais, políticas e a livre circulação de pessoas. Além disso, buscou combater o nacionalismo exacerbado e individual de cada país.

Desde 2009, a Europa, e principalmente a Grécia, entrou em um processo de crise. Os governos se endividaram excessivamente com emprestadores estrangeiros, ou seja, acumularam uma dívida externa.

O Deutsche Bank comprou bônus gregos, o Société Générale investiu em bônus espanhóis e fundos de pensão dos Estados Unidos e do Japão compraram bônus de governos europeus. No entanto, apesar dos rendimentos para Estados Unidos e Japão não serem altos, ninguém esperava por um risco de calote por parte da UE.

A Grécia se transformou numa “bomba monetária”. O país pagava juros um pouco acima do que, por exemplo, a Alemanha pagava. Isso ocorreu uma vez que os gregos, ao entrarem na zona do euro, possuíam a credibilidade da Alemanha e de outros países.

A Alemanha, que está interessada apenas no bem-estar de sua nação não perdoou a dívida grega, e insiste em cobrá-la para não prejudicar seus bancos, mesmo sabendo que a recuperação do país é difícil e lenta.

Mais uma vez, ninguém contava com uma quebra tão intensa da economia grega. Isso só foi possível porque o país, ao se tornar parte da zona do euro, estava também efetivamente tomando emprestado a credibilidade e a classificação de risco da Alemanha.

É interessante destacar que a crise, que teve impacto da recessão econômica dos Estados Unidos, também tem relação com o euro. A moeda faz com que exista uma única política monetária entre eles. Quando um país, como no caso, a Grécia, começa a enfrentar dificuldades, os outros são afetados.

Cenário atual do bloco

Em sua última reunião de política monetária, no dia 8 de maio, o Banco Central Europeu manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,25%. Mario Draghi, o presidente do BCE, disse, em entrevista coletiva, que espera que a Zona do Euro se recupere sem uma grande ajuda e que um período prolongado de baixa inflação é prevista. Os investidores, que temem o risco de uma deflação, especulam que a instituição possa adotar uma política de estímulos.

Segundo notícia publicada no Estado de S.Paulo, no dia 23 de abril, a Grécia atingiu suas metas orçamentárias de acordo com a Eurostat. O país registrou um superávit primário de 1,5 bilhões de dólares. “Os números refletem o progresso impressionante da Grécia para consertar suas finanças públicas desde 2010″, disse Simon O”Connor, porta-voz da Comissão Europeia.

Entretanto, a dívida grega em 2013 representava 175,7% do PIB, o que comprova que mesmo com a melhora ainda há muito a ser feito. É necessário que o governo foque em políticas eficazes que atraiam investidores e consequentemente aumente o superávit e recupere sua credibilidade no cenário internacional.

Com a crise iniciada em 2008, os países perderam a confiança na União Europeia e pretendem defender os seus ideais individualmente. Um exemplo é a Suíça, que estabeleceu cotas de empregos para imigrantes.

A medida tomada vai contra o Tratado de Bolonha, fixado entre os países da União Europeia, que permite a validade de currículos acadêmicos entre todos os membros do bloco, além de outras facilidades para estudantes, como transferir seu curso para universidades de outros países da União Europeia.

Comentários estão desabilitados para essa publicação