A acirrada disputa pelo ouro negro

Anna Luisa Santana, Fernando Illanes, Leticia Carvalho, Marcella Brito, Rafaela Castro e Thomaz Pimentel – alunos do 3° semestre do curso de Jornalismo

O petróleo é um material comumente relacionado à tensão. Não é para menos. O produto é responsável pela produção das mais diversas formas de energia, essencial para que a sociedade se movimente. O minério está empregado desde o setor de transporte até uma mesa de plástico em uma sala de aula.

O Oriente Médio tem sua economia diretamente ligada à produção e refino desse recurso, uma vez que abriga a maior jazida dele do mundo. Coincidentemente ou não, o território está sempre minado por conflitos, cujas raízes variam entre religiosas e políticas. As manchetes do mundo anunciaram constantemente tensões entre palestinos e israelenses, e as intervenções militares do governo americano, que buscava proteger seus interesses econômicos relacionados à exploração de gás e petróleo.

A relação dos Estados Unidos com o Oriente Médio foi construída artificialmente, vista pelo governo americano como um suporte útil para a satisfação de suas metas estratégicas. Hoje, no entanto, o cenário começa a se transformar diante a perspectiva dos americanos tornarem-se independentes do ponto de vista energético.

A exploração de gás xisto nos Estados Unidos representou a possibilidade de uma revolução energética: a reserva do produto no país foi estimada em 2,7 trilhões de metros cúbicos, em dezembro de 2010. Essa quantidade seria capaz de alimentar o mercado por cerca de cem anos. Até 2020, o gás poderá aumentar o PIB anual americano, além de gerar mais empregos e atrair investidores, impulsionando a economia. Segundo David Wochner, especialista de consultoria K&L Gates, os EUA estão estudando a adequação de preço e oferta no mercado interno, antes de partir para exportação.

A atividade energética americana permite que o país consiga vender petróleo e gás por aproximadamente um terço do preço de seus concorrentes, aumentando de maneira exponencial a competitividade do mercado.

Prevê-se que em 2017, os americanos serão autosuficientes com relação ao petróleo, o que faria com que o preço do produto caísse. No entanto, a emergência dos BRICS equilibraria os valores. Nesse contexto, não se torna mais interessante para o governo americano interferir, militarmente, nos assuntos do Oriente Médio.

Com a produção mais barata de petróleo por parte dos Estados Unidos, existe a possibilidade da China querer trocar de fornecedor para diminuir custos de produção. O fato de o Oriente Médio abrigar muitos conflitos também afasta compradores. Além disso, o governo chinês está investindo em tecnologia para exploração de gás xisto e existe a previsão de que ainda nessa década consiga suprir suas necessidades energéticas.

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