Teoria da resposta ao item – uma aliada do processo de melhoria da avaliação de ensinagem.

Cléber da Costa Figueiredo

O processo de avaliação precisa ser reinventado a cada dia. A incorporação de técnicas emergentes de aferição da qualidade das avaliações deve trabalhar a favor do corpo docente.
É aqui que a Teoria da Resposta ao Item (TRI) pode auxiliar os educadores com o refinamento do processo de avaliação. Contudo, até outro dia, falar de TRI na universidade era o mesmo que aterrorizar o professorado, uma vez que os softwares que utilizavam essa teoria eram “bem” pagos, ou ainda, para se fazer pequenas análises, era preciso criar códigos em programas na linguagem R, por exemplo.
Os tempos mudaram. Hoje, tecnologias educacionais como o Blackboard, por exemplo, já trazem essa técnica instalada dentro do seu sistema. Basta o professor selecionar a opção “análise de item” que ele receberá um relatório da dificuldade e da discriminação dos itens que foram utilizados em uma avaliação com itens de múltipla escolha, por exemplo.
Isso ajuda, e muito, o processo de construção de avaliações, porque os itens ruins podem ser revisados e a qualidade da avaliação passa a ser controlada em tempo real.
Para entender um pouco o que vem a ser os parâmetros da curva característica do item, como é chamada a curva em forma de S da figura abaixo, observe-a:

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A inclinação (a) que aparece na curva indica o poder de discriminação do item. Isso mesmo. Quanto a questão é capaz de diferenciar os alunos que dominam aquele conteúdo dos que não o dominam.
Já o ponto de inflexão da curva, momento em que a concavidade que estava voltada para cima se volta para baixo, sinalizada pelo ponto (b), na figura, indica a dificuldade de cada questão.
As questões podem ser consideradas fáceis, razoáveis ou difíceis de acordo com o valor da dificuldade (b). Em relação à dificuldade, o Blackboard categoriza as questões como boas, medianas ou ruins.
O valor (c) mostra a chance de o acerto ser advindo de um chute. Meramente ao acaso.
O interesse é medir a dificuldade e o poder de discriminação, menos o acaso. Esses dois conceitos são muito relevantes para a melhoria do processo de avaliação. Os professores podem revisar as avaliações em tempo real, a fim de melhorar o processo de uma turma para outra com apenas poucos cliques!
Após a aplicação da avaliação, o botão direito do mouse mostrará a opção “análise de item”. Pronto. Basta executá-la e exibir o relatório que tem a seguinte aparência:

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Viram? Há ainda outras informações, como o tempo médio de realização do teste, tentativas concluídas ou em andamento, a nota média entre outras informações. Não obstante, com essas duas informações que aparecem acima, já é possível detectar se houve alguma falha na contrução do instrumento de avaliação. Assim, o professor pode melhorar o processo e refiná-lo, para que haja um equilíbrio entre questões fáceis, médias ou difíceis. Bem como, entre questões que discriminam os alunos que sabem daqueles que não sabem.
Fica a dica.

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