Os senhores da guerra

Por Augusto Silva, professor do Anglo Vestibulares

O mundo se encontra numa nova corrida armamentista. Durante a Guerra Fria (1945-89), Estados Unidos e União Soviética protagonizaram fortes disputas por áreas de influência associada com o desenvolvimento de um arsenal bélico gigantesco. Hoje em dia não ocorre mais a disputa entre as antigas superpotências, porém nota-se nos últimos anos um expressivo aumento nos gastos militares nos mais diversos cantos do planeta. Em 2012 esses gastos em escala mundial foram de 1,75 trilhões de dólares, equivalente a 2,5% do PIB global. Nos últimos anos, a crise econômica mundial, iniciada em 2008, determinou uma redução dos gastos militares norte-americanos, na Europa Ocidental e Central, no Canadá e no Japão. No entanto, outras regiões aumentaram seus  gastos como  Ásia Oriental,  Oriente Médio, norte da África e Europa Oriental. Observe na tabela abaixo os dez países com maiores gastos militares em 2012:

Países Gastos (bilhões de US$) Gastos como fatia do PIB
1. Estados Unidos 682 4,4%
2. China 166 2,0%
3. Rússia 90,7 4,4%
4. Reino Unido 60,8 2,5%
5. Japão 59,3 1,0%
6. França 58,9 2,3%
7. Arábia Saudita 56,7 8,9%
8. Índia 46,1 2,5%
9. Alemanha 45,8 1,4%
10. Itália 34,0 1,7%

FONTE: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-15-paises-com-os-maiores-gastos-militares#11 ACESSO EM 05/08/2013

Os Estados Unidos possuem cerca de ¹/³ dos gastos militares mundiais. No final da Guerra Fria (década de 1980) o governo norte-americano gastava cerca 426 bilhões de dólares no setor bélico, bem menos do que nos dias atuais. Somando os gastos militares dos outros 9 países com maiores gastos nesse setor, não chega aos valores norte-americanos.

Segundo a Organização das Nações Unidas, no mundo inteiro existem cerca de 54 milhões de soldados e reservas das forças armadas, ou seja, cerca de 1% da população mundial. Isso corresponde a aproximadamente 10% a menos que na década de 1980, quando as disputas da Guerra Fria apresentavam fortes tensões. Essa redução no número de soldados deve-se, sobretudo, a dois fatores: o avanço tecnológico no setor bélico – que permite ampliar o poder de ação das maiores potências militares utilizando uma quantidade menor de soldados – e melhoria no padrão de treinamento e organização das tropas nas suas ações de campo.

Esse avanço tecnológico levou ao desenvolvimento dos drones, aeronaves não tripuladas. As ações com os drones levantaram muitas críticas, devido o caráter secreto das operações envolvendo esses artefatos bélicos. Entre 2002 e 2012, as ações militares norte-americanas com o uso dessas aeronaves na Somália, Iêmen e Paquistão, geraram manifestações públicas de desagrado, pois esses países não são considerados zonas de guerra, fato que viola acordos internacionais.

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