FRANQUIAS: Porque estou com pressa vou devagar

Jose Eduardo Amato Balian

É comum após a fase inicial de operação, empresas estudarem a possibilidade de expansão via sistema de franquias. Em princípio, a opção é convidativa pois permite crescimento rápido com menos capital investido.
No entanto, algumas considerações podem ser feitas, a saber:
Os processos de produção, distribuição e comercialização precisam estar muito bem definidos o que normalmente acontece somente após dois anos de sua implementação.
Antes desse prazo, seus macroprocessos, mix de produtos e mercado alvo podem se alteram muito o que inviabiliza a franquia que exige estabilidade e regras de produção, distribuição e comercialização claras e estáveis. Em suma, o modelo de negócio precisa se consolidar antes de se pensar no próximo passo.
Outra dificuldade é o empresário saber definir o que se está vendendo para terceiros, isto é, produtos ou o modelo de negócios. A confusão persiste e é agravada pela instabilidade da economia brasileira.
Observe no gráfico a seguir, o número de nascimento e mortalidade (em mil unidades) de empresas no segmento.

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Fonte: ABRF

Nota-se que a média das empresas franquiadas que não tiveram sucesso no período de 2006 a 2016 (antes da última crise econômica) foi 54,7%, ou seja, mais da metade não sobreviveu. Vários fatores externos foram preponderantes nesse processo, mas não se pode ignorar, as dificuldades de gestão interna.
Na medida em que o empreendedor conhece bem seu setor, suas chances de sucesso aumentam, pois passa a ter condições de inovar em produtos, processos e no modelo de negócio, mas isso leva tempo.
Usualmente, a contratação de escritórios de advocacia especializados para a confecção dos contratos é de vital importância, não só para orientação, como também para se evitar ações na justiça de lado a lado.
Razão pela qual se diz em muitos negócios: “porque eu estou com pressa vou devagar”.

*Prof. Jose Eduardo Amato Balian
Coordenador da Incubadora de Negócios da ESPM SP

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