Concurso Copa do Mundo – emoções

Pedro de Santi

Estamos lançando na ESPM um concurso de fotografia que tem como tema as emoções geradas pela copa do mundo no Brasil. Durante a copa, fotos serão postadas pelos alunos de qualquer um de nossos cursos e de nossas 3 unidades (São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro), nas categorias ‘câmera’ e ‘telefone/tablet’.

Quem idealizou o concurso foi nosso professor e grande fotógrafo José Henrique Lorca (para quem não conheça, vale a visita ao site do estúdio dele: http://www.photoimagem5.com.br/). Ele produziu um regulamento profissional e reunirá um juri de peso, composto por colegas seus de uma entidade nacional de fotógrafos e, sobretudo, por seu pai, o gigante German Lorca. Pura honra para nós. Em agosto, abriremos também um juri popular, composto pelos alunos. Promete ser divertido e disputado.

Para além de aproveitar a oportunidade evidente de um evento desta dimensão, considerei especificamente feliz focar na gama de emoções envolvidas. Um jogo é fundamentalmente um modo de relação entre pessoas; e o óbvio, uma copa do mundo de futebol sediada em nosso país toca a fundo nossa auto-representação.

Eu mesmo nunca me interessei muito por futebol. Gordinho desde a infância, só prestava para goleiro ou bola no futebol de rua. Adolescente, guardei minha mais profunda emoção relacionada à copa associada justamente a uma fotografia: o close de um menino chorando com a camiseta da seleção, depois de vê-la perder para a Itália, na copa de 82. Foi o melhor time que vi jogar em minha vida. Aprendi que não há justiça no mundo e me desinteressei de vez pelo esporte.

Olhando daqui, há pouco menos de um mês do início da copa, parece até haver muita mídia, mas pouca emoção popular envolvida. Há uma massa exaustiva de uso da temática em propagandas e programas, mas as emoções mais intensas parecem ser predominantemente negativas: ou por pouco entusiasmo, ou por medo de fazermos feio, ou ainda pelo fato de que o tema tornou-se bandeira de protestos contra os gastos do governo. Os gastos da copa se deram em detrimento de outros, considerados prioritários; e, pior, eles sequer garantiram a estrutura que prometeram propiciar. Ouve-se mais gritos de “não vai ter copa” do que de torcida.

É claro que com a aproximação e início, o país vai parar. E não temos idéia do desempenho de nossa seleção. Como estaremos nos sentindo em dois meses? Orgulhosos, envergonhados, vencedores, vira-latas?

Mal posso esperar para ver o olhar dos alunos através das fotos.

E para o segundo semestre? Agenda garantida: emoções na eleição para governadores e presidente. E como estaremos nos sentindo em seis meses? Orgulhosos, envergonhados, vencedores, vira-latas?

Mais informações e regulamento do concurso no Blackboard.

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