Como Nossos Pais (Direção: Laís Bodanzky, Brasil, 2017)

Gosto muito do cinema de Laís Bodanzky (“Bicho de sete cabeças” é uma ótima adaptação), mas… “Como nossos pais” é um filme previsível cena à cena, vejamos: é claro que o carro de trás vai buzinar enquanto a protagonista lembra da sua infância parada no semáforo; é claro que a protagonista trocará a peça de teatro pelo relatório (e vice-versa); é claro que a protagonista deixará o presente que seu pai lhe deu na antessala do gabinete desse; é claro que a mãe está tocando a música do seu próprio funeral na cena anterior; é claro que a protagonista levará suas filhas para a escola de bicicleta ao final!

E muitos outros “é claro… que o espectador já sabe o que vai acontecer” (afinal, quem já não viu isso tudo acontecer assim mesmo em novelas, série e outros filmes?). Os diálogos em muitas cenas – principalmente no primeiro 1/3 do filme – são de um anti-naturalismo de doer no ouvido! (a entrevista do pai-político é o ápice! Nem o Temer fala dessa forma “caricatural”!).

Depois, em algumas sequências melhora um pouco. E, ao término, fica a pergunta: “Por que ‘como nossos pais'”? Se, no próprio filme, os pais (da geração anterior) foram bem menos caretas que os filhos (dessa geração) que são pais hoje?

Aprecio o cinema nacional, mas, vamos com calma, a crítica (e até tu Calligaris?!!) está “vendendo” um filme que está muito aquém da capacidade dessa diretora. Ainda bem que para salvar tudo isso tem o Jorge Mautner interpretando ele mesmo, logo, maravilhoso! Ou seja, pior que isso só filme sobre a PF!

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