Boa Noite, Mamãe (Dir.: Veronika Franz e Severin Fiala. Áustria, 2014)

Eduardo Benzatti

O filme “Boa noite, mamãe” (dos diretores Veronika Franz e Severin Fiala) conta a história do retorno de uma mãe (Susanne Wuest) para sua casa após uma cirurgia que, por conta de suas atitudes, desperta a desconfiança dos filhos Lukas (Lukas Schwarz) e Elias (Elias Schwarz). Será aquela a verdadeira mãe dos gêmeos?

Trata-se de um “suspense psicológico” onde poucas respostas são dadas: cadê o pai? Por que a mãe ficou com o rosto machucado/deformado? Quem é – ou era – essa mulher? Daí o roteiro vai entregar fragmentos de respostas ditas ou insinuadas.

Mas, a dúvida maior é outra: por que os filhos não a reconhecem mais a ponto de machucá- la – literalmente – com essa desconfiança? (Aqui, entra elementos que não podem ser ditos sobre a história, pois desvelariam todo o “grande segredo” do filme).

O filme caminha nessa toada: crianças “normais” que brincam (ao redor e dentro de uma bela casa isolada no campo), descobrem o mundo à sua volta e procuram conviver com uma mãe em estado de recuperação, cujas atitudes lhe são estanhas.

Na última parte do filme o que vemos é a construção de uma metáfora que pode ser lida politicamente (do Nazismo?). O filme é Austríaco e começa com um comercial – provavelmente da primeira metade do século passado – que mostra o quão as famílias eram “felizes”.

Lembrando também que no Nazismo os filhos entregavam e delatavam os seus próprios pais se esses insinuassem algo contrário à ideologia política dominante. Esses pais eram presos, torturados, quando não, mortos) ou psicologicamente (essa história de amor incondicional entre pais e filhos só serve – quando serve – para os “normais”, pois para os psicóticos a “realidade” é outra e haja estomago…

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