A experiência na loja Amazon 4-Stars

Claudio Oliveira
Supervisor da trilha de negócios digitais

Em viagem recente com a família, tive a oportunidade de visitar a loja Amazon 4-Stars em Nova Iorque. Como o próprio nome diz, a loja concentra os produtos que avaliação de 4 estrelinhas para cima, o total são 5 estrelas, o que assegura que os produtos são muito bem avaliados pelos consumidores. Como as avaliações são dinâmicas o estoque da loja deve se renovar constantemente, a promessa é que a renovação seja semanal.
Acho que a melhor síntese da experiência foi uma frase de minha filha: “- parece que você está dentro do site da Amazon”. Isso ocorre, pois tem várias funcionalidades clássicas da loja virtual que se repetem no mundo físico:
A recomendação de compras cruzadas (“Quem comprou esse item, adorou esse outro item”) como ilustrada na foto de capa do artigo. Notem que as etiquetas de preço e de avaliação são dinâmicas, tornando mais flexível o posicionamento dos produtos. A oferta do dia, que no caso da loja aparece num telão posicionado próximo à entrada (figura 1).

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Figura 1: Telão com ofertas da Amazon

Os itens mais vendidos por categoria. Que na visão da gôndola, atiçam o efeito de compra por impulso. Mesmo com o dólar a 4 reais, o Chewbacca de pelúcia é bastante tentador (figura 2).

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Figura 2: Prateleira com brinquedos mais vendidos na Amazon.

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Figura 3: Produtos mais vendidos em Nova York.

E por fim, uma disposição de vitrine que faz mais sentido na loja física (figura 3). Os produtos mais vendidos em Nova Iorque. Essa visão ficou engraçada, pois se junta eletrodomésticos com livros e acessórios, duvido que alguém tenha se motivado a comprar por causa disso.
A experiência é interessante, embora um pouco desajeitada, pois se vislumbram vários impactos entre o posicionamento dos produtos na gôndola baseadas no comportamento do consumidor na Internet. Mas ainda há várias oportunidades de melhoria até se chegar no estado da arte.
Acho que tem algo com relação à precificação que precisa mudar, havia uma “oferta” de Kindle Paper White por U$ 129,00, na Best Buy, o mesmo produto custava U$ 99,00. Da mesma forma que existem algoritmos para precificação automática nos sites de e-commerce que verificam os preços dos concorrentes e estabelece os preços da loja, acredito que isso também poderia ocorrer na loja física. Pois é ingênuo achar que o consumidor não fará uma busca por celular para achar o melhor preço. No caso desse produto há um agravante, sendo um produto da Amazon, entendo que seria mais fácil oferecer um preço competitivo.
A disposição dos produtos também é confusa, pois quando se navega no site, há um propósito claro. Quero comprar o livro X, aí faz todo sentido saber, quem comprou o produto X também comprou o Y. Quando se vê um produto na prateleira que não faz parte de minhas preferências, essa experiência não faz sentido. De qualquer forma, saber quais são os produtos que no geral são mais vendidos e vê-los arranjados em prateleiras, podendo levá-los na hora tem um forte poder de persuasão.
Antes que me perguntem, eu comprei um carregador de celular que funciona no isqueiro do carro e mais uns badulaques. Por mais que seja um produto simples, procurei o carregador em outras lojas e não achei. Aqui tem um pontinho para a loja, pois identificaram uma demanda do consumidor, não percebida pelas outras lojas físicas.

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