A crise dos PIIGS

Por Augusto Silva
Anglo Vestibulares

A União Europeia voltou a ser notícia nos últimos tempos. Acostumada a ser referência como bloco econômico bem sucedido, com moeda de elevado valor no mercado internacional, além de contar com algumas das nações mais desenvolvidas do planeta, desta vez, essa organização está sendo comentada pelos problemas econômicos que vem enfrentando.

PIIGS é o mais recente acrônimo divulgado pelos meios de comunicação, criado com as iniciais de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, as cinco economias que carecem de maior auxílio nesse momento. Esses países são a ponta do iceberg da recente crise econômica do mundo desenvolvido. Há anos eles apresentam elevados gastos públicos, acima dos 3% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), teto estabelecido pela União Europeia para que as nações do bloco tenham certa estabilidade econômica. Além disso, os PIIGS intensificaram os gastos públicos nos últimos meses, a fim de cobrirem os efeitos econômicos causados pela crise de 2008. Isso gerou um desequilíbrio nas contas, ao mesmo tempo em que reduziam suas arrecadações, devido ao aumento do desemprego, gerando assim diminuição do consumo e, consequentemente, maiores prejuízos nos resultados das empresas.

O maior problema é que esses países fazem parte da zona do euro, e a crise que eles enfrentam ameaça se espalhar por todas as outras nações que possuem a moeda única.
A solução terá que vir dos vizinhos mais ricos. Tudo leva a crer que além de reduzir seus gastos, os PIIGS receberão auxílio financeiro de parceiros mais “abonados”, como a Alemanha e França. Além disso, a atual proposta inclui empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para salvar os PIIGS da total bancarrota.

Tudo leva a crer que as nações europeias superarão essa crise, mas não sem algumas marcas e questionamentos. Passados mais de 20 anos que os europeus assinaram a proposta de uma moeda única, a partir do Tratado de Maastricht, eles já não têm tanta certeza se fizeram o melhor caminho para a prosperidade e segurança financeira.

Augusto Silva é professor e supervisor de Geografia do Anglo Vestibulares

Comentários estão desabilitados para essa publicação